Circuito universitário traz filmes sobre Ditadura

Documentário narra a busca das avós argentinas pelos netos desaparecidos na Ditadura

 

As ditaduras que assolaram a América Latina na segunda metade do século 20 servem de mote para a primeira edição do Circuito Universitário de Cinema, em cartaz a partir da última quarta (17) com exibições gratuitas sempre seguidas de debate. Em Natal as sessões acontecem na UFRN, na Universidade Estácio de Sá da Av. Romualdo Galvão e UERN na Av. Ayrton Senna, e a programação, que segue até a próxima quinta-feira (25), traz no pacote três filmes: o documentário inédito “500 – Os bebês roubados pela ditadura Argentina”, de Alexandre Valenti; “Setenta – 70”, de Emília Silveira; e “Duas Histórias”, de Ângela Zoe.

Os debates seguem o tema abordado na tela, com participação de acadêmicos, pesquisadores, integrantes de de movimentos sociais e culturais, além dos diretores ou produtores dos filmes. O Circuito tem como objetivo fomentar o diálogo e a reflexão sobre questões de interesse nacional e histórico. A realização é da produtora carioca MPC & Associados, em parceria com a Petrobras, e estão marcadas sessões nos quatro cantos do país.

Co-produção Brasil e Argentina, “500” (100 minutos, 2014) conta a história das mulheres que ficaram conhecidas em 2011 como “As avós da Praça de Maio”, em Buenos Aires, e a participação do grupo brasileiro Clamor na luta para localizar 114 dos cerca de 500 bebês sequestrados ou nascidos em prisões clandestinas entre 1976 e 1983 – até hoje muitas avós procuram seus netos desaparecidos.

Já “70 – Setenta” (96 min), remonta o ápice da repressão promovida pelo regime Militar a partir do depoimento de 18 pessoas que faziam parte de uma lista de 70 presos políticos libertos em troca do embaixador suíço Giovanni Enrico Burcher (1913-1992) sequestrado em dezembro de 1970 por guerrilheiros da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). O terceiro filme do Circuito é “Duas histórias” (52 min), que narra duas experiências diferentes na linha de frente da resistência à ditadura – mas iguais na coragem, na sobrevivência e na superação.

Programação
Hoje, dia 17
19h – “Setenta – 70”, no Anfiteatro do C.C.E.T./UFRN. Debate com Leilane Asssunção, historiadora e Roberto Monte, fundador do DHNET.org, tendo o jornalista Ruy Rocha como mediador

Quinta, dia 18
19h - “Duas Histórias” no Auditório da Biblioteca Central (BCZM) da UFRN. Debate com Jarbas Martins, jornalista e poeta, e Juliano Siqueira, sociólogo, advogado e filosofo, ex-preso político.

Sexta, dia 19
9h - “Setenta – 70”, na Estácio Romualdo Galvão. Debate com Haroldo Carvalho, professor do Departamento de História da UFRN

Terça, dia 23
19h - “500”, no Anfiteatro do C.C.E.T./UFRN. Debate com Paulo Braz Schettino, cineasta, e Yara Gurgel, professora de Direito da UFRN

Quarta, dia 24
19h – “Duas Histórias”, no miniauditório da UERN na Av. Ayrton Senna. Debate com Jana Sá, filha do ex-guerrilheiro Glênio Sá, e Maria Emilia Monteiro, professora de História

Quinta, dia 25
19h - “500”, no miniauditório da UERN na Av. Ayrton Senna. Debate com Jeane Fialho, historiadora e membro da CMJV em Natal, e Luciano Capistrano, historiador.

Via TRIBUNA DO NORTE