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segunda-feira, 10 de março de 2014

EJA em Natal tem evasão de 40%

 
Felipe Galdino - Tribuna do Norte

O panorama não é considerado bom. O índice de evasão no sistema de Educação de Jovens e Adultos (EJA), em 2013, atingiu 40% somente na rede pública de Natal. Salas de aula que começavam com 30, 40, 50 alunos terminaram o ano letivo com dez, oito, um só estudante. O fenômeno fez a Secretaria Municipal de Educação (SME) diminuir o número de turmas ofertadas para alunos EJA. De 28 escolas até 2013, o poder público local apresenta três unidades a menos, neste ano.


O cenário não agrada em nada a SME, que admite falhas na condução da EJA. O modelo municipal, que oferece aulas para turmas equivalentes ao Ensino Fundamental, apresentou em 2013 40% de evasão, segundo os dados apresentados pela SME. O número vale para turmas de níveis 1 e 2, equivalentes à faixa de ensino do 1º ao 5º períodos regulares da rede básica. No caso dos níveis 3 e 4 do EJA Municipal – 6º ao 9º ano regulares –, o abandono chegou a atingir 25%.

Se não bastasse o quadro de abandono por parte dos estudantes, também é percebido o fenômeno da queda no número de matrículas feitas em todo o sistema estadual, cenário já registrado nos últimos anos. Na rede municipal, o Censo Escolar do Ministério da Educação (MEC) aponta queda de quase 50% entre os dados coletados em 2003 e 2013. Já a Secretaria Estadual de Educação disse, através da assessoria, que não possui dados oficiais sobre o EJA no RN.

“Em 2010, 2011, 2012 e 2013 realmente há um acréscimo de evasões. O que percebemos é que infelizmente chegamos a essa situação. As turmas começam com 40 e terminam com oito, dez alunos. É uma realidade preocupante, e é por isso que este ano vamos reformular a EJA e vamos investir noutro modelo de assessoramento, outro modelo de formação e em algumas escolas já estamos mudando esse nosso modelo”, afirmou Ednice Peixoto, diretora do Departamento de Ensino Fundamental da SME.

As justificativas apontadas como causadoras da grande evasão e mesmo reprovação são muitas. Há aqueles que deixam a sala de aula para trabalhar, assim como os que se desmotivam pela não identificação com a metodologia de ensino apresentada pelos professores. Esse inclusive é apontado como um dos principais problemas para alavancar a EJA.

Os educadores possuem dois problemas nas mãos. Eles precisam conciliar um método de ensino que agrade a várias faixas etárias, a partir dos 15 anos até idosos. Outra dificuldade é fazer com que as aulas sejam atrativas. Segundo a educadora Cláudia Santa Rosa, os professores simplesmente apresentam a alunos de EJA o mesmo método de aulas aplicado para alunos do ensino regular.

“É muito frequente as pessoas não encontrarem encantamento com a escola ou a metodologia em sala de aula porque muitas vezes são replicadas as metodologias do ensino convencional, o que muitas vezes se desconecta dos interesses deles”, destacou.

Além da evasão, o índice de aprovação no EJA é muito baixo. Em 2012, segundo dados do Censo Escolar, algumas escolas de Natal teve índice de aprovação abaixo de 25%.

Soluções
Apesar do cenário difícil na EJA, a Secretaria Municipal de Educação (SME) afirma não ficar parada na busca pela recuperação do sistema que por muitas vezes – se não em todas elas – representa uma segunda chance para quem em algum momento da vida parou na caminhada pela educação básica.

“O diferencial é que neste ano estamos trabalhando para mudar a EJA”, pontuou a diretora do Departamento de Ensino Fundamental da SME, Ednice Peixoto. Segundo ela, atualmente o Município já apresenta programas pilotos que vêm trazendo bons resultados no sentido de “segurar” o aluno dentro de sala de aula e podem ser uma esperança de mudanças futuras.

Trata-se dos programas “Tecendo o Conhecimento” e o “Tecendo o Saber”, presentes no planejamento da pasta desde 2007. As escolas municipais Djalma Maranhão, Emanuel Bezerra e Otto de Brito Guerra, que entrou no programa neste ano, foram escolhidas como testes.

Não foram apresentados números concretos, mas a SME garante os bons resultados. “Percebemos que do ponto de vista da aprendizagem o resultado é significativo. O acompanhamento do aluno pelo professor é mais próximo e o índice de evasão é bem menor”, definiu a chefe do setor de EJA da SME, Edinara Menezes. Apesar do dito sucesso, o Município não pensa ainda em expandir o modelo para toda a capital.

Se não bastasse o quadro de abandono por parte dos estudantes, também é percebido o fenômeno da queda no número de matrículas feitas em todo o sistema estadual, cenário já registrado nos últimos anos. Na rede municipal, o Censo Escolar do Ministério da Educação (MEC) aponta queda de quase 50% entre os dados coletados em 2003 e 2013.

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